Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Compras públicas fomentam inovação em educação
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“O maior desafio da inovação é fazer o produto chegar ao mercado e no setor da educação não é diferente”. A frase é do diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Finep, Rodrigo Fonseca, que abriu o 1º Workshop de Inovação em Educação, realizado nesta quarta-feira (30/07), na sede da financiadora, no Rio. De acordo com Fonseca, as compras públicas precisam ser usadas como mobilizadoras da inovação em todos os segmentos, mas, principalmente, na educação. “Hoje, 90% desse mercado é público”, destacou o executivo.

A Finep criou recentemente o Departamento de Inovação em Educação (DINE), para discutir e financiar projetos neste segmento. Segundo Rodrigo, “hoje há uma gama de oportunidades no setor educacional”. Nesse cenário, as ferramentas tecnológicas se destacam. Inovações como salas de aula interativa, o uso de smartphones e tablets no processo de aprendizado, impressoras 3D e a utilização de games para introduzir um tema aos alunos foram mencionadas durante o evento.

Uma das tendências apontadas por Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann, para alavancar a inovação no setor é o ensino híbrido, no qual o professor é treinado para saber usar dispositivos tecnológicos como apoio. “Há uma mudança no papel do professor, que deixa de tocar múltiplos instrumentos para tornar-se maestro”, afirmou, acrescentando a necessidade de aumentar a disponibilidade de banda larga nas escolas. “Os colégios precisam ter a melhor conexão disponível para potencializar o aprendizado”. Ainda segundo o executivo, “é preciso personificar o ensino, quebrar a lógica da massificação e aproximar a educação do cotidiano”.

O secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Risolia, trouxe números relevantes da educação no País. Segundo ele, 50% dos alunos do Ensino Médio deixam a escola antes de se formar. Além disso, dos 22 milhões de jovens entre 18 e 24 anos no Brasil, somente 6 milhões estudam e, desses, apenas 15% fazem algum curso superior. Risolia chamou atenção para o fato de a população brasileira estar envelhecendo. “Precisamos mudar isso até 2025, que é quando cai a nossa curva da juventude”, salientou o secretário, que completou. “Inovação atrai o jovem, que quer um Ensino Médio que o conecte com o mercado. Sem mostrar essa conexão da escola com o futuro profissional, o aluno opta pelo mais fácil”.

Também participaram do 1º painel do workshop (Políticas Públicas Inovadoras em Educação), o superintendente da Área de Novos Negócios da Finep, Paulo José de Resende, além de Eduardo Lopes Oliveira, superintendente da Área de Tecnologias Estratégicas da agência (moderador).


Visão das empresas


O 2º painel do workshop (O Mercado Educacional Moderno, seus Desafios e Oportunidades de Inovação) abriu espaço para as empresas. Rogério Loureiro e Rafael Ávila, da Ânima, frisaram que, para inovar em educação, é preciso repensar os métodos, conteúdo e gestão. “É importante trabalhar as habilidades não cognitivas, o aperfeiçoamento de inteligência coletiva,  e a educação individualizada”, disse Ávila, que apresentou ao público o chamado Docente do Século XXI. Segundo ele, este professor precisa, entre outras características, exercer novos papéis e ser letrado digitalmente. “O professor é uma peça chave. Não podemos pensar nos alunos sem antes pensarmos no professor”, disse Ávila, ressaltando que a sala de aula precisa “ser um espaço de socialização do conhecimento”.

O cofundador da Geekie, Cláudio Sassaki, apresentou uma plataforma de avaliação educacional altamente inovadora durante o evento. O sistema, que funciona como um simulado, mensura o grau de conhecimento do aluno e calcula, em seguida, qual seria a sua nota no ENEM e quais as faculdades que ele tem mais aptidão. “Se o formando quiser um curso específico, o sistema aponta em quais temas ele precisa se aperfeiçoar e monta um plano de estudo”, contou Sassaki.

Adélia Martins, diretora de Produtos Educacionais da Kroton, Lindália Reis, diretora de Inovação da Estácio, e Alberto Rogers, gerente do DINE da Finep (moderador), também participaram do 2º painel.