Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Complementariedade entre gêneros é caminho para inovar
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Se havia alguma dúvida de que há espaço para as mulheres no mercado de trabalho, ela foi sanada na última quinta-feira, 28/8, durante o Workshop Mulheres, Empreendedorismo e Inovação, realizado pela Finep em parceria com o Mulheres Investidoras Anjo – MIA, na sede da financiadora, no Rio de Janeiro. Executivas de sucesso de grandes empresas, como Petrobras, IBM, Samsung e GE, contaram um pouco de suas trajetórias pessoais e profissionais e debateram temas, como o crescimento do número de mulheres empreendedoras, a participação da mulher em cargos executivos e a necessidade de mesclar e combinar pessoas com pensamentos e qualidades diferentes para inovar.

Na abertura do evento, Maria Salete Cavancanti, diretora de Gestão da Finep, destacou a importância da presença da mulher nas empresas para se trabalhar com eficácia o conceito de inteligência coletiva. “O protagonismo feminino é algo deste século, deste momento”, frisou Salete. “Não pode existir competição, a diversidade é essencial para inovar e empreender”.

Adriana Machado, vice-presidente de assuntos governamentais e políticas públicas da GE para a América Latina, definiu inovação como sendo “um jogo global”: “Mesclar e combinar é cada vez mais importante. Precisamos ter mais mulheres nas tomadas de decisão”. Eliana Tameirão, presidente da Genzyme, endossou o discurso: “Na base, estamos muito equilibradas com os homens, mas quando a pirâmide vai se estreitando, os homens ainda prevalecem”. 

Camila Farani começou a trabalhar aos 16 anos, virou sócia de sua própria mãe em uma loja de tabaco, se formou em direito, abriu mais dois negócios no ramo alimentício e chegou a ser diretora da rede Mundo Verde antes de embarcar no projeto do MIA – do qual é uma das fundadoras – e estar à frente da Lab22. “Não existe escola pra ser empreendedor. Nada melhor do que o dia a dia para evoluir”, disse, em sua palestra.

De acordo com Farani, "antigamente as pessoas viravam empreendedores por necessidade”. “Hoje, existem muito mais empreendedores por oportunidade, que identificam gargalos e entram no mercado para solucioná-los", sinalizou. Maria Rita Bueno, também cofundadora do MIA, reforçou o discurso com números de pesquisa recente do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que mostram que hoje 71% dos empreendedores empreendem por oportunidade. “A mulher brasileira é, historicamente, uma das que mais empreende no mundo”, salientou Bueno. “Qualquer grupo que é muito homogêneo acaba tendo ideias parecidas”.

Segundo Maria Rita, as startups necessitam de capital e experiência, possibilitadas pelo investidor anjo: “Esse investimento aumenta as chances de sucesso, acelera o crescimento, amplia as oportunidades e reduz os riscos”. Rita destacou que empresas como Apple, Intel, Google e Facebook contaram com apoio de investidores anjo em seu início: “O número de investidoras anjo dobrou em apenas um ano. Em 2011, 12% eram mulheres e esse número saltou para 21% em 2012”.

Também participaram do workshop a Manzar Feres, managing director da IBM, Anelise Lara, gerente-executiva para a área de Libra da Petrobras, e Vera Bier, diretora de Tecnologias Avançadas da Samsung. Sandra Boccia, diretora de redação da Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, foi a mediadora dos debates.