Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Segundo dia de Seminário destaca a importância da formação de engenheiros na geração de conhecimento associado a uma meta tecnológica
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Evento organizado pela Finep em parceria com o Clube de Engenharia propõe maior articulação e planejamento entre universidades, empresas, políticas governamentais e instituições para que o Brasil possa competir na fronteira tecnológica

O segundo dia do Seminário “A Nova Indústria do Brasil e a Formação de Engenheiros - Subsídios Estratégicos”, iniciativa da Finep, em parceria com o Clube de Engenharia em comemoração ao Dia do Engenheiro, foi realizado nesta sexta-feira (12), na sede do Clube de Engenharia, região central do Rio. Os debates trataram de temas como neoindustrialização, retenção de talentos, articulação universidade-empresa e os desafios para a formação de engenheiros em um mercado de trabalho em acelerada transformação.

“Formar engenheiros é fortalecer a soberania nacional, o Brasil enfrenta problema de fuga de talentos. A sinergia entre agência de fomento, políticas industriais e estratégias eficazes de formulação e retenção de talentos em ciência e engenharia é estratégica para o desenvolvimento nacional, a soberania tecnológica e a transformação da matriz produtiva brasileira”, afirmou Marcio Girão, ex-presidente do Clube de Engenharia em sua fala de abertura.

 

 

O Diretor Substituto do Departamento de Apoio aos Ecossistemas de Inovação do MCTI, Hideraldo Luiz de Almeida, apresentou a infraestrutura de inovação do país, com 64 parques tecnológicos em operação e 49 em implantação e desenvolvimento, quase 10 mil empresas incubadas e graduadas por esses ambientes, mais de duas mil empresas aceleradas e residentes nesses parques, além dos números da Lei do Bem. “A Lei do Bem ano passado chegou a R$ 51,6 bilhões de investimento em P&D pelas empresas. Ela é um instrumento poderoso que merece um olhar atento para que possamos alcançar os resultados que queremos: um país desenvolvido em ciência e tecnologia a partir do crescimento do investimento privado com apoio público e direcionado à pesquisa e desenvolvimento”, afirmou ele.

Segundo Mauro Luiz Rabelo, membro do Conselho Nacional de Educação e professor titular da Universidade de Brasília (UNB), a engenharia que o Brasil precisa é aquela que une IA, automação, ciências de materiais, sustentabilidade, energias renováveis, manufatura avançada e pensamento computacional, ancorada em problemas concretos, com trilhas e ênfases explícitas alinhadas às missões produtivas. “Precisamos de currículos interdisciplinares, aproximação entre ciência, tecnologia, inovação e parcerias estruturadas entre IEs, centros de pesquisa, parques tecnológicos e empresas”, acredita ele.

Flávio Grynszpan, Coordenador do Comitê de Inovação e Desenvolvimento Sustentável da Academia Nacional de Engenharia, propõe a criação de uma política industrial favorável à inovação e a concorrência, especialmente em domínios fundamentais como transição energética, defesa, espaço, IA e biotecnologias. Para isso, ele acredita que o futuro da inovação passa pelas startups. “A proposta é fazer com que as startups levem adiante os melhores resultados das pesquisas brasileiras na fronteira tecnológica. Elas são fundamentais no processo de transferência de tecnologia da universidade para a indústria. Precisamos ajudar as startups a vencer barreiras com uma legislação favorável, usar isso na Nova Indústria Brasil e estimular o empreendedorismo na engenharia”, afirmou ele.


 

“A transição energética é o motor industrial do século XXI, não basta exportar energia limpa, temos que industrializar a energia limpa, transformando nossa vantagem em recursos naturais em vantagem industrial. Essa é uma grande saída para o país em termos de novas oportunidades. O problema é que temos indústrias pouco disruptivas. O que a gente quer é um país que consiga competir na fronteira tecnológica e para isso falta planejamento. Precisamos definir onde queremos chegar, a ciência deve gerar conhecimento associado a uma meta tecnológica do país”, avaliou Segen Farid Estefen, Professor Emérito da UFRJ e Academia Nacional de Engenharia.

“Como os engenheiros podem contribuir para a Nova Indústria Brasil? Não pode ser mais do mesmo. Esse é um tema que pode ser discutido pela Finep com o objetivo de gerar um planejamento para apresentar ao próximo governo. A Finep tem um projeto de rotas tecnológicas construído pela USP e pelo pessoal da Universidade de Minas, construiu um modelo de avaliação de impacto com a Unicamp. A Finep é o órgão que abriga o conhecimento para fazer um planejamento que é fundamental para o país”, finalizou José Roberto Boisson de Marca, Membro da Academia Brasileira de Ciência e da Academia Nacional de Engenharia.

Veja as fotos do evento aqui e como foi o primeiro dia do evento aqui.