Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep/MCTI apoia projeto que prevê redução da dependência brasileira de fertilizantes importados
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Com sede em Olímpia (SP), a empresa Kimberlit, fabricante de fertilizantes minerais, está em busca de soluções que sejam mais rentáveis e ambientalmente sustentáveis para o agricultor. Com o apoio da Finep/MCTI, que destinou R$ 8,1 milhões em recursos reembolsáveis (crédito) e subvenção econômica, está desenvolvendo um fertilizante composto pela associação de minerais e agentes biológicos naturais, que tem por característica solubilizar fósforo e potássio naturalmente presentes no solo. Com isso, a ideia é reduzir significativamente o consumo de matérias-primas minerais externas, o que torna o sistema mais sustentável e rentável para quem produz.

O Brasil importa grande parte dos fertilizantes utilizados na agricultura. Segundo dados da Secex - Secretaria de Comércio Exterior, as importações somaram US$ 9 bilhões em 2019. Além disso, as reservas globais, principalmente de fósforo, são limitadas.

Hoje, existe um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) criado para produzir o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). O objetivo é tornar o país protagonista em inovação tecnológica em nutrição de plantas de forma sustentável, expandir a produção e oferta de fertilizantes nacionais e reduzir a dependência de produtos externos. O GTI é formado por representantes da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Casa Civil e dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Economia, Infraestrutura, Minas e Energia, Meio Ambiente e Ciência, Tecnologia e Inovações, além da Embrapa, Gabinete de Segurança Institucional e Advocacia-Geral da União. A secretaria-executiva ficará a cargo da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos.

A empresa Kimberlit já construiu a biofábrica, onde serão produzidos os agentes biológicos. Na fábrica, há dois laboratórios para desenvolvimento de fungos e bactérias. Os biofertilizantes ainda estão em fase de testes. O prjeto tem como parceiros o Instituto Biológico (Campinas-SP), a Embrapa-Cenargen (Brasília-DF) e a USP-Esalq (Piracicaba-SP).

Junto com a biofábrica, a Kimberlit lançou uma nova marca e empresa chamada Bionat, exclusiva para comercialização de produtos biológicos. Atualmente, o grupo já comercializa agentes biológicos para controle de pragas, inoculantes fixadores de nitrogênio, entre outras tecnologias.

“Tenho certeza que projetos visando o uso racional de fertilizantes, por meio de tecnologias que associem nutrientes e microrganismos serão um dos principais caminhos para a adubação dos cultivos nos próximos anos”, afirmou Luiz Marcandalli, gerente de Produtos Essere Group e doutorando em Biossistemas pela ESALQ/USP. Segundo ele, a demanda crescente por alimento e a expansão da produtividade agrícola no Brasil se beneficiará diretamente dessas tecnologias, de forma que o apoio da Finep/MCTI é fundamental a descoberta dessas novas ferramentas.

Para Rodrigo Secioso, superintendente de Inovação da Finep/MCTI para Agronegócios e Biocombustíveis e participante do GTI-PNF, “este tipo de projeto pode ajudar a reduzir as importações e ampliar o uso das reservas atuais já presentes em nossos solos. O apoio ao desenvolvimento de soluções para nutrição vegetal é fundamental para garantir a segurança alimentar do País”.