Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep e Faperj investem R$ 25,5 mi em cinco centros multiusuários de pesquisa do Rio de Janeiro
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 faperj finep jan 2018
(da esq. para a direita) Ronaldo Camargo (Finep), Marcelo Morales (CNPq), Gilberto Kassab (MCTIC) e Luiz Fernando Pezão (Gov/RJ)

Após um longo período de cortes de recursos e atrasos no pagamento de bolsas, a comunidade científica fluminense voltou a ter motivos para celebrar. Na quarta-feira, 31 de janeiro, a Finep e a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) assinaram um acordo de cooperação que assegura o repasse de R$ 25,5 milhões a cinco centros nacionais multiusuários do estado do Rio de Janeiro. Os recursos – R$ 17,5 milhões da Finep e R$8 milhões da Fundação fluminense – serão aplicados até 2022 e se destinam à manutenção, modernização e compra de novos equipamentos, além de bolsas para técnicos.

"Este ato simbólico marca a retomada das atividades de pesquisa e desenvolvimento no Rio de Janeiro. Estamos resgatando uma política de ciência e tecnologia desenhada com a academia", afirmou Ronaldo Camargo, diretor Financeiro, de Crédito e de Captação da Finep, em referência ao edital para Centros Nacionais Multiusuários, lançado em 2016, por meio do qual a financiadora vai aportar R$ 194 milhões em 42 unidades multiusuárias espalhadas pelas cinco regiões do Brasil. Esses centros de pesquisa se caracterizam por disponibilizar infraestrutura laboratorial para outras instituições do país e do exterior, além de atender a empresas privadas.

No documento assinado na quarta (31), a Finep, que já apoia o Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e o Laboratório Multiusuário de Nanociências e Nanotecnologia, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, avalizou o mérito técnico-científico de mais três centros de equipamentos multiusuários do estado do Rio.

A partir de agora, o Núcleo de Citometria de Fluxo e Purificação Celular da Unidade de Pesquisa Clínica do Hospital Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense, o Centro Multiusuário de Caracterização Físico-Química, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, e o Centro de Equipamentos Multiusuário de Microscopia e Análise Química-Biológica, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade Industrial e Tecnologia, receberão recursos da Faperj.

"O trabalho do cientista não é um devaneio nem depende apenas de seu cérebro. É preciso investir em formação e equipamentos científicos. Com os acordos assinados hoje, estamos tirando nossos grandes laboratórios da UTI", disse o presidente da Faperj, Ricardo Vieiralves. Segundo ele, é preciso pôr um fim à política de financiamento "ioiô": em alguns períodos, há recursos; em outros, escassez total. "Nossa única constância é a não constância. Isso é catastrófico para os pesquisadores", lamentou o professor.

Recursos para a ciência fluminense

A cerimônia, realizada na sala Cecilia Meirelles, no Rio, marcou a recuperação da capacidade de apoio da Faperj às atividades de ciência, tecnologia e inovação no estado, que abriga o segundo maior parque científico do país. Além da parceria firmada com a Finep, a Fundação também assinou dois termos de cooperação com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

Ao longo de cinco anos, serão repassados R$ 100 milhões a 19 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) do Rio de Janeiro. As duas instituições também vão investir, em três anos, mais R$ 24 milhões em 47 projetos selecionados pelo Programa de Núcleos de Excelência (PRONEX) no estado. Durante o ato, ainda foram entregues Termos de Outorga da Faperj a mais de 500 bolsistas dos programas Cientista do Nosso Estado e Jovens Cientistas do Nosso Estado.

A solenidade contou com a presença do ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, do presidente interino do CNPq, Marcelo Morales, do diretor da Telebrás, Jarbas Valente, além de representantes da academia – Luiz Davidovich (Academia Brasileira de Ciências) e Ildeu de Castro (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) – e do governo fluminense – Gabriel Neves (secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social) e Gustavo Tutuca (deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa do Rio).