
O presidente da Finep, Luiz Antonio Elias, participou nesta sexta-feira (19/09) do debate Inovação Tecnológica, Desenvolvimento Industrial e Crescimento Sustentável, realizado pelo Fórum Democrático da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e pela Frente Parlamentar da Microeletrônica.
O encontro reuniu autoridades, pesquisadores, empresários e representantes de instituições de ciência e tecnologia no Teatro da Unisinos, em Porto Alegre, e integra uma série de debates organizados pela Casa para discutir caminhos de desenvolvimento sustentável para o estado, envolvendo o setor produtivo, a academia e o poder público.
Luiz Antonio Elias destacou o papel estratégico do Rio Grande do Sul na política nacional de ciência, tecnologia e inovação e apresentou números sobre o volume de recursos aplicados pela Finep no RS. Segundo o presidente, 15% do total dos recursos contratados pela Finep, entre 2023 e 2025, foram destinados ao estado, o que representa um salto expressivo em relação ao período anterior. “Entre 2019 e 2022, foram aplicados cerca de R$ 1,8 bilhão. Já de 2023 a 2025, esse volume saltou para R$ 5,8 bilhões, em quase 800 projetos contratados”, informou.
Os investimentos contemplaram iniciativas de grande impacto, como R$ 240 milhões destinados ao Ceitec; R$ 34 milhões ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre; além de aportes significativos em empresas estratégicas, como R$ 86 milhões na Tramontina; R$ 95 milhões na Hertz, do setor farmacêutico, e R$ 78 milhões na Neugebauer, no segmento de alimentos.
Ele ressaltou ainda a resposta da Finep frente às recentes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, com R$ 25 milhões destinados a nove universidades gaúchas e medidas emergenciais de reestruturação financeira para empresas impactadas. “Nosso papel é apoiar a inovação, mas também garantir que as instituições de pesquisa e as indústrias mantenham sua capacidade de gerar conhecimento e desenvolvimento, mesmo diante das adversidades”, afirmou. A parceria com a Fapergs também foi destacada pelo presidente, citando programas como o Tecnova e o Centelha, que ampliam o apoio a startups e novos empreendedores gaúchos.
Além de Luiz Antonio Elias, participou do encontro Márcio Stefanni, diretor financeiro, de crédito e captação da Finep, que reforçou a relevância da atuação da financiadora no Estado. “O Rio Grande do Sul reúne universidades de excelência, parques tecnológicos e empresas inovadoras de alta competitividade. Temos trabalhado em parceria com esse ecossistema para acelerar a transição tecnológica e fortalecer a base industrial gaúcha”, destacou.
O evento foi promovido pela Frente Parlamentar da Microeletrônica, presidida pelo deputado estadual Miguel Rossetto, e pelo Fórum Democrático da Assembleia Legislativa, coordenado pelo presidente da Casa, deputado Pepe Vargas. Para Rossetto, o debate evidencia a importância de articular políticas públicas com investimentos em ciência e tecnologia. “Nós temos grandes desafios e estamos comprometidos com a retomada de um desenvolvimento sustentável, de crescimento econômico no Estado, com desafios singulares da Região Sul e do Rio Grande do Sul”, destacou Miguel Rossetto.
Já o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas, ressaltou a relevância da presença da Finep no parlamento. “A Assembleia Legislativa tem buscado cumprir seu papel de apoiar iniciativas que ampliem a inovação e a capacidade tecnológica do nosso Estado. A presença da Finep aqui hoje fortalece esse compromisso e abre caminho para novos investimentos que impactam diretamente a nossa economia e a geração de empregos”, afirmou Pepe Vargas.
Presente também no evento, Marcus Coester, coordenador do Conselho de Inovação e Tecnologia da Fiergs, destacou o setor industrial gaúcho como estratégico no avanço da inovação no Brasil. “O Rio Grande do Sul conseguiu manter aqui uma coisa importante, que é a indústria das máquinas agrícolas. Hoje fabricamos 60% das máquinas agrícolas do País, e podemos ter um papel importante puxando exatamente nesse tema de trazer conhecimento, inovação e a renovação da nossa indústria.”
Segundo Adão Villaverde, professor de Gestão do Conhecimento e Inovação da PUC-RS, a trajetória do Brasil em ciência e tecnologia só foi possível graças ao papel da Finep e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Para ele, que também esteve no encontro em Porto Alegre, se não fosse a criação da agência, em 1967, e do fundo, em 1971, “não teríamos, do ponto de vista de políticas públicas, um instrumento de Estado com a capacidade de estruturar o ecossistema científico e tecnológico brasileiro, que vale para o Tecnopuc, para os parques gaúchos e nacionalmente.”
Já para o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), Odir Dellagostin, os programas em parceria com a Finep são fundamentais para ampliar o alcance dos investimentos. “Em subvenção descentralizada, por meio da Fundação, como os programas Centelha e Tecnova, tivemos um total de R$ 25 milhões. Um programa executado de forma descentralizada, com a participação das FAPES, pode atender a essa demanda e preencher essa importante lacuna.”
Ao encerrar sua participação, Luiz Antonio Elias reforçou ainda que a Finep precisa estar cada vez mais conectada às demandas da sociedade, revisitando políticas e construindo soluções que integrem inovação, qualidade de vida e o futuro do trabalho. “O papel da Finep é olhar para o mundo do trabalho e para a vida das pessoas. Ciência, tecnologia e inovação só fazem sentido quando elevam a qualidade de vida da população e ampliam oportunidades. A nossa missão é melhorar a vida e o mundo do trabalho, sempre em diálogo com a sociedade e com um olhar para o futuro do Brasil”, completou.






