Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. No Dia do Engenheiro, Finep e Clube de Engenharia propõem novos investimentos e uma agenda de modernização da formação em Engenharia no país
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Um relatório síntese do evento na sede da Finep; um documento com diagnóstico e um portfólio de projetos e definição de financiadores serão apresentados até abril de 2026

 

No Dia do Engenheiro, 11 de dezembro, a Finep, em parceria com o Clube de Engenharia, promoveu o Seminário “A Nova Indústria do Brasil e a Formação de Engenheiros - Subsídios Estratégicos”. Participantes do evento alertaram para a necessidade de investimentos públicos para tirar o ensino de engenharia no país da estagnação e aproximar as universidades públicas da indústria, no contexto do Nova Indústria Brasil (NIB). O seminário na sede da Finep, no Rio, tratou de temas como a neoindustrialização e a formação dos engenheiros, o que a indústria espera das escolas de engenharia e sobre a visão das escolas acerca da indústria. Serão elaborados três documentos de base a partir dos debates: um relatório síntese; um documento especial com diagnóstico e propostas, e um portfólio de projetos e definição de financiadores, a serem apresentados até abril de 2026.

“Todos os documentos serão construídos sob o entendimento de que formar engenheiros é fortalecer a soberania nacional. A ideia é formar engenheiros preparados para a indústria verde, digital e inclusiva”, disse o presidente da Finep, Luiz Antonio Elias. Elias ressaltou, ainda, o papel central da formação de pessoas no desenvolvimento da indústria brasileira frente aos desafios globais. “Vivemos um momento em que a geopolítica mundial se transforma de forma acelerada e as nações, como Estados Unidos, China, Alemanha investem pesado em tecnologia, inovação e em pessoas diante dos novos imperativos industriais. Um país que deseja se reindustrializar e liderar a transição energética precisa de engenheiros. A Finep procura desempenhar um papel estratégico para integrar e estimular o setor produtivo e a academia.”

O presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, pontuou ainda que “não há desenvolvimento sem formação qualificada em Engenharia e que a engenharia brasileira está estagnada. Me entristece ver o número de pessoas desinteressadas em estudar a Engenharia atualmente”, disse. No Brasil, cerca de 90 mil engenheiros são formados a cada ano, na China este número chega a um milhão de novos profissionais neste campo de conhecimento, com estímulos públicos para a inovação no setor industrial e na formação de pessoas na academia. O segundo dia de debates acontecerá nesta sexta-feira (12) na sede do Clube de Engenharia, das 8h às 13h30, no Rio.

O Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luiz Gordon, afirmou que, depois de muito tempo, há recursos estáveis, em somas consideráveis para que o setor produtivo possa investir inovação no país. “BNDES e Finep vem trabalhando de forma integrada, estratégica e, de 2023 até setembro deste ano investiram R$ 58 bilhões para o setor industrial em inovação, a maior soma de recursos já alocados no setor empresarial. Isso sem contar os recursos da Finep para financiamento e pesquisa. Mais de cinco mil pesquisadores envolvidos. Muitos destes pesquisadores poderiam ter ido para fora do Brasil e estão atuando aqui no país, desenvolvendo tecnologias aqui. É bom frisar que 52% de projetos de P&D são feitos pela indústria.”

Gordon pontou que críticos à política de desenvolvimento e inovação do atual governo pensam no curto prazo e que tem havido investimentos recorde no governo Lula em ciência e inovação. “O processo é a médio prazo, fazer projeto de inovação demora, há riscos técnicos e de mercado, um tempo de maturação”, defendeu. O banco vem atuando em diversos eixos e editais de fomento, entre eles, de transição energética, modernização do parque fabril brasileiro, minerais críticos, bioeconomia, IA e apoio às exportações, como por exemplo, dos aviões da Embraer. “Em 2022, o BNDES financiou a exportação de apenas nove aviões. Este ano, financiamos 64 aviões, voltamos apoiar a Embraer a exportar”.

Maurílio Albanese Novaes Júnior, Diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Propriedade Intelectual da Embraer, destacou o papel da Finep em investimentos e estímulo à pesquisa e inovação no país. Segundo Albanese, a Finep e o BNDES foram fundamentais para que a Embraer tenha inovado nos últimos cinco anos e se tornado um case de sucesso único no mundo. “Metade da receita da Embraer advém de produtos novos e inovadores desenvolvidos nos últimos anos. Enfrentamos uma competição ferrenha no mundo. Se a Embraer não inovasse, simplesmente ela teria seu crescimento reduzido à metade. Inovação é uma agenda econômica e, sobretudo, de sobrevivência.” O engenheiro destacou que a Embraer tem parcerias com o ITA, FAPESP, UNICAMP, USP e UFPE e empresas privadas para a formação, educação continuada de pessoas e enfrentamento de desafios reais. “Tudo que a Embraer é hoje é graças à integração do Estado, da academia e da indústria”, defendeu Albanese.

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