
A Finep e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovaram financiamento de cerca de 730 milhões para a implantação de uma nova planta de etanol de milho pela São Martinho S/A. O projeto permitirá que a companhia amplie a produção na Unidade de Boa Vista, complexo industrial localizado em Quirinópolis (GO), e contribuirá para a descarbonização, ao evitar emissões em torno de 380 mil toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e), por ano.
O apoio das duas instituições juntas representa cerca de 62% do investimento total do projeto, que conta ainda com R$ 452,2 milhões em recursos da própria companhia.
A operação fortalece a cadeia de fornecimento de equipamentos nacionais, já que 34,1% do projeto se destina à aquisição de máquinas produzidas no país. Esse percentual, no entanto, pode sofrer variações ao longo da execução do projeto, conforme ajustes operacionais e contratuais. Outro resultado esperado é o incremento das exportações do etanol brasileiro, contribuindo para o superávit do setor e geração de divisas em dólar ao país.
Esta segunda fase, anexa à Unidade Boa Vista, adicionará a capacidade de processamento em 635 mil toneladas de milho por ano e a produção em 270 mil m³ de etanol, com flexibilidade para maximizar a fabricação de anidro ou hidratado, conforme a estratégia da companhia e as condições do mercado. Estima-se, também, que serão gerados anualmente como coprodutos cerca de 13 mil toneladas de óleo de milho e 170 mil toneladas de DDGs (Distiller’s Dried Grains with Solubles), usado na indústria de ração animal.
"A Finep tem apoiado projetos que envolvam o desenvolvimento de tecnologias inovadoras no país alinhados à Nova Indústria Brasil. Nesse projeto, o apoio da Finep foi concentrado às atividades mais inovadoras, como a implantação de tecnologias 4.0 no processo industrial e o desenvolvimento de tecnologia inédita no Brasil para recuperação de óleo da vinhaça. Esse apoio demonstra o compromisso da Finep com o processo de neoindustrialização tendo a inovação e a sustentabilidade como pilares do desenvolvimento econômico brasileiro", diz o presidente da instituição, Luiz Antonio Elias.
“O apoio do Banco a projetos como esse está alinhado à Nova Indústria Brasil do Governo Federal que busca modernizar e tornar nossa indústria mais competitiva e sustentável até 2033”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Ele destacou ainda que o etanol de milho representa um avanço importante na transição energética do país: “Estamos fortalecendo cadeias produtivas estratégicas, promovendo a descarbonização e contribuindo para um modelo industrial de baixo carbono, com geração de emprego e inovação tecnológica”, completou.
“A iniciativa terá como grande diferencial sua eficiência energética, com um dos menores consumos de vapor por tonelada de moagem de toda a indústria. Isso torna o projeto único e permitirá maior eficiência operacional e econômica, uma vez que a planta não dependerá de compra de biomassa externa”, reforçou Felipe Vicchiato, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da São Martinho.
“Este investimento reafirma nossa confiança no potencial do agronegócio brasileiro, contribuindo e estimulando seu desenvolvimento, com geração de empregos, compra regional de matéria-prima e venda de produtos competitivos. O projeto também contribui com a matriz energética brasileira, aumentando a disponibilidade de energia limpa e renovável e diminuindo a dependência de derivados de petróleo”, complementou Vicchiato sobre o projeto que, durante sua implantação, irá gerar cerca de 1.000 postos de trabalho e, após sua conclusão, a contratação prevista de aproximadamente 110 profissionais qualificados para as operações.
A Unidade de Boa Vista, em Goiás, já conta com uma planta de etanol de milho, também financiada pelo BNDES. Sua operação teve início na safra 2023/24. No complexo industrial, funciona ainda uma planta de etanol de cana-de-açúcar, inaugurada em 2008.
A empresa - A São Martinho S/A é uma companhia de capital aberto com ações negociadas no Novo Mercado da B3 desde 2007. Sua trajetória começou na década de 1930, com a aquisição de sua primeira unidade produtiva. Desde então, a companhia ampliou sua presença no setor do agronegócio e se firmou como referência em produção de açúcar, etanol, bioenergia e derivados da cana-de-açúcar e do milho, sempre com foco em eficiência, inovação, sustentabilidade e valorização das pessoas.
A companhia conta com quatro complexos industriais. A Unidade Boa Vista, localizada fora do estado de São Paulo, é a única dedicada à produção de derivados do milho, como etanol, DDGs e óleo, além de também fabricar etanol e bioenergia a partir da cana-de-açúcar.
As demais unidades concentram suas operações na cana, com produção de açúcar, etanol e bioenergia. Entre elas, destaca-se a Unidade São Martinho, em Pradópolis (SP), reconhecida como a maior processadora de cana-de-açúcar do mundo. Completam o portfólio da companhia a Unidade Iracema (UIR), em Iracemápolis (SP), e a Unidade Santa Cruz (USC), em Américo Brasiliense (SP).






