Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Finep financia primeira embarcação OTSV, de apoio a terminais oceânicos, com tecnologia 100% nacional
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Belov foto

O Brasil está prestes a superar mais um desafio tecnológico. Nos próximos três meses, está prevista a entrada em operação no País, da primeira OTSV - embarcação de apoio a terminais oceânicos - totalmente adaptada para prestar serviços em plataformas de petróleo. A conversão de uma embarcação PSV em OTSV, o que a torna capacitada para o transporte de suprimentos, está sendo concluída no estaleiro do Grupo Belov, na Bahia, e conta com financiamento de R$ 47 milhões da Finep, empresa pública do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O projeto recebeu, ainda, um adicional de R$ 13 milhões, em recursos próprios da empresa.

Batizada de Belov Mares, a embarcação será a segunda do tipo em operação no País, mas a única com bandeira 100% nacional. Nos próximos quatro anos, ela estará à disposição da Petrobras, conforme contrato de fretamento assinado com a Belov, com cláusula de prorrogação por mais um ano. A unidade será utilizada em operações de descarga de petróleo para os navios-tanque, em especial na manutenção das linhas de mangote, em plataformas do tipo FPSO/FSO.

“A adaptação de um PSV em uma OSTV (Offshore Terminal Support Vessel) envolve um elevado grau de inovação, por se tratar de uma embarcação com grande quantidade de equipamentos especiais, entre eles, os carretéis para linha de mangote de offloading”, afirmou Cristiane Abreu, gerente do Departamento de Petróleo, Mineração e Industria Naval da Finep. Devido a essas características, ela pode executar, inclusive, tarefas de abastecimento, reboque, pesquisa e até resgate em plataformas de perfuração e produção.

Ao todo, serão cerca de 350 toneladas de estruturas metálicas a serem projetadas, construídas e instaladas no barco, para demandas como: carretéis de offloading, fundações de diversos equipamentos, rolo de popa, sistema de contenção de escoamento de óleo, guinchos de manuseio, entre outros.

Segundo Cristiane, a tecnologia de conversão exige um enorme esforço de engenharia, não só para desenvolver um projeto especial sob demanda, mas também para, em seguida, executar a adaptação. A Belov Mares foi adquirida com capital próprio, com custo de aproximadamente R$ 90 milhões. “Até o desenvolvimento deste projeto, o estaleiro Belov nunca tinha construído ou convertido uma embarcação com o propósito de prestar serviços em plataformas. Também está sendo inédita a construção e instalação de equipamentos muito específicos, como carreteis, CRO (coletor de resíduos oleosos), e um sistema de fornecimento de gás inerte.

A embarcação Belov Mares será a segunda com essas características a operar para a Petrobras. O OTSV utilizado pela Companhia no Brasil é o único até o momento em operação no mundo e trata-se de uma embarcação estrangeira, construída no exterior, e que utiliza bandeira brasileira provisória sob o REB (registro especial brasileiro). Com a entrega da nova embarcação e o domínio desta tecnologia, o grupo Belov tem como meta iniciar um plano de expansão no mercado de afretamento de embarcações.