Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. O Menino e o Mundo, que concorre ao Oscar de melhor animação do ano, teve apoio da Finep
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Foto: Divulgação

“Somos a zebra do ano, com o maior orgulho de ser zebra, e vamos trabalhar forte para trazer o careca dourado para o Brasil! Viva a animação brasileira!”. As primeiras palavras do diretor paulista Alê Abreu, publicadas em sua página do Facebook logo após a indicação de O Menino e o Mundo ao Oscar de melhor animação do ano, na quinta-feira (14) pela manhã, traduzem as condições em que o aclamado longa-metragem brasileiro chega à maior premiação do cinema mundial, que acontece no dia 28 de fevereiro, em Los Angeles, Califórnia. Concorrendo com filmes comerciais que tiveram orçamento 350 vezes maior, a obra brasileira, orçada em US$ 500 mil, confia na qualidade de sua produção para trazer mais um prêmio para casa. A Finep, que apoiou a elaboração do longa com pouco mais de R$ 400 mil por meio do Fundo Setorial do Audiovisual, também.

Consagrado pela crítica internacional, O Menino e o Mundo vem enfileirando troféus desde a sua estreia, em 2014. De lá para cá, foram 44 prêmios mundo afora, entre os quais o de melhor animação, pelo júri e pelo público, no Festival Annecy de 2014, na França, considerado o maior da categoria. O longa também foi premiado em festivais nos Estados Unidos, em Portugal, na República Tcheca, na Argentina e em Cuba. Apesar da bagagem sobrecarregada, a animação é pouca conhecida entre o público brasileiro – a produção foi vista por 23 mil pessoas por aqui, enquanto mais de 100 mil franceses assistiram à obra.

O filme retrata as questões do mundo moderno através do olhar de uma criança. Sofrendo com a falta do pai, um menino deixa sua aldeia e descobre um mundo fantástico dominado por máquinas-bichos e seres estranhos. Embora faça referências ao Brasil, O Menino e o Mundo pode se passar em qualquer país em desenvolvimento. A obra levou três anos para ser concluída e não tem diálogos – as poucas frases trocadas são em português de trás para frente. O ponto forte da produção são a apresentação visual (o filme foi construído com diversas técnicas artísticas, como lápis de cor, giz de cera, canetinha e colagem) e a trilha sonora, que se destaca no desenrolar da história.

Além de O Menino e o Mundo, da Papel Filmes, foram indicados ao Oscar de melhor animação do ano os filmes Divertida Mente (Disney/Pixar), Anomalisa, do diretor Charlie Kaufman (o mesmo de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças), As Memórias de Marnie, de Hiromasa Yonebayashi (integrante do cultuado estúdio de animação japonês Studio Ghibli), e Shaun, o carneiro, animação britânica de stop-motion produzida pela Aardman Animations em parceria com o canal infantil CBBC. Se depender exclusivamente da qualidade da obra, o Brasil pode sonhar com sua primeira estatueta dourada.

Assista aqui ao trailer do filme.