Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Painel discute a produtividade na economia brasileira
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Burocracia, longos processos e agências reguladoras. Esses foram os temas dominantes no último painel “Desafios da Produtividade” do Fórum Estadão nesta quarta-feira (4/6). Os convidados José Fernando Perez, presidente da Recepta Biopharma, Carlos Pacheco, reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Gerson de Mello Almada, da Airship foram guiados pela mediadora Fernanda De Negri, diretora do IPEA, em uma discussão sobre o futuro da produtividade brasileira e os gargalos atuais em cada setor econômico brasileiro.

Segundo uma pesquisa do IPEA, apresentada pela mediadora, os quatro principais desafios da produtividade são infraestrutura, educação, mão de obra qualificada e falta de agilidade nos processos. José Fernando Perez usou seu laboratório de desenvolvimento de medicamentos para o câncer como exemplo dessa demora nos processos e da burocracia: “não existe oferta para toda a cadeia produtiva aqui no Brasil e, por isso, sofro com a tributação e com a liberação de alguns órgãos para continuar as pesquisas”, diz.

Liberações também foram o tema principal da participação do presidente da Airship, Gerson de Mello Almada. Com um projeto para suprir a demanda de logística do País, Almada ainda aguarda as licenças para começar a construir seu estaleiro em São Carlos (SP): “temos problemas com a identificação de projetos pelos órgãos competentes o que deixa todo o processo mais burocrático e demorado”. Almada desenvolveu um dirigível com capacidade de até 200 toneladas para transportar produtos, principalmente agrícolas. O projeto serviria para facilitar o escoamento da produção da região central do País.

O reitor do ITA, Carlos Pacheco, também foi enfático ao dizer que alguns processos de contrato das universidades estão obsoletos e que o Brasil necessita de uma força-tarefa para resolver os problemas ligados à produtividade: “Não vamos continuar crescendo se não mudarmos os processos e aumentarmos a produtividade. Devemos e podemos crescer horizontalmente, mas é preciso investir na expertise de produção”.

A mesa redonda também discutiu a posição do País nos levantamentos sobre inovação e tecnologia e os investimentos do governo federal e das empresas privadas em pesquisa e desenvolvimento.