Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Composto extraído de planta amazônica pode ser usado no tratamento de câncer
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O Brasil é campeão em biodiversidade, e sua variedade de biomas, fauna e flora guarda tesouros desconhecidos. Nas mãos de pesquisadores esses recursos naturais podem se transformar em cosméticos, alimentos e remédios. O doutor em biotecnologia e recursos naturais Carlos Cleomir descobriu um enorme potencial ao estudar o composto Zerumbona, extraído da variação de uma planta que costumava ser utilizada para ornamentação: o gengibre amargo.

A fim de explorar o composto, Carlos criou a empresa Biozer da Amazônia, incubada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). A parceria com o INPA permitiu aos pesquisadores obter o Zerumbona a níveis altíssimos de pureza: 99,97%. O feito foi reconhecido com uma patente de propriedade intelectual. A partir das análises, os pesquisadores desenvolveram uma cápsula terapêutica que pode auxiliar na prevenção e no tratamento de câncer. O produto também é analgésico e tem propriedades antiúlcera.

Carlos tem uma história extensa com a Finep e por três vezes esteve entre os finalistas do Prêmio de Inovação da Financiadora. Em 2011, conquistou o 1º lugar regional. “Com o dinheiro da premiação, estou implantando um projeto de desenvolvimento sustentável na região. Trabalho em conjunto com os agricultores de Manaus pra produção de matéria-prima e bioprospecção de novos produtos”, conta o pesquisador. 

Além das cápsulas terapêuticas, a sacada de tirar o gengibre de vasos decorativos e colocá-lo dentro dos laboratórios permitiu o desenvolvimento de sabonete antiacne, geleia, iogurte, bebida energética, gel cicatrizante e pomada. Os produtos estão em fase de desenvolvimento, mas o sabonete deve estar disponível no mercado ainda este ano.

O cosmético não é eficaz apenas no combate as espinhas: é antibacteriano, anti-inflamatório e anticicatrizante, o que o diferencia dos concorrentes. “A maioria dos sabonetes antiacne são produzidos por indústrias externas. O nosso tem origem amazônica”, ressalta Carlos. Se depender dos jovens que já experimentaram e aprovaram o produto, o lançamento tem mesmo tudo para ser um sucesso.