Seu navegador no suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Tomógrafo brasileiro financiado pela Finep aprimora uso de respiradores artificiais
fechar
Compartilhar

Timpel 1

Um projeto iniciado há 15 anos no Brasil promete aprimorar o uso de respiradores artificiais, equipamento crucial no tratamento da covid-19. Trata-se de um tomógrafo portátil que custa pelo menos dez vezes menos que um aparelho convencional e permite aos médicos acompanharem o fluxo de ar nos pulmões do paciente em tempo real. Desenvolvido pela startup brasileira Timpel , com recursos da Finep de R$ 3,5 milhões em subvenção econômica, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o tomógrafo vem sendo utilizado no tratamento de pacientes com o novo coronavírus na Espanha, na Itália e nos Estados Unidos.

Ao contrário dos tomógrafos convencionais, que utilizam raios X para gerar imagens em alta definição, o aparelho da Timpel usa impulsos elétricos para analisar o funcionamento dos pulmões.

Apesar de ser vital para a sobrevivência do paciente no curto prazo, a ventilação artificial pode provocar estresse mecânico nos pulmões, levando à morte do doente. Um software integrado ao tomógrafo, desenvolvido a partir de um projeto apoiado pela Fapesp, permite à equipe médica avaliar a melhor estratégia de ventilação para proteger o paciente.

O aparelho gera 50 imagens por segundo, ainda que com uma resolução menor que a de um equipamento convencional. Portátil, com cerca de 40 quilos, o aparelho desenvolvido no Brasil pode ser colocado ao lado do leito do paciente, o que reduz a necessidade de transportar a pessoa até o setor de radiologia, onde normalmente estão instalados os tomógrafos convencionais. Isso diminui a possibilidade de contaminação.

A Timpel iniciou a produção do tomógrafo em 2015, quando ficou pronta a primeira versão comercial do aparelho. O caminho até a fabricação do produto, no entanto, foi longo. Começou em 2005, a partir das discussões entre um grupo de pneumologistas que precisavam de uma ferramenta que permitisse implementar nos hospitais a chamada “ventilação protetiva”, que previne os efeitos colaterais do respirador.

Em 2016, a startup paulista iniciou as exportações para a Europa e, no ano passado, entrou no mercado americano. No Brasil, o aparelho tem unidades em funcionamento em hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pará e Paraná.

A Timpel é uma empresa de Pesquisa e Desenvolvimento na área de Bioengenharia, criada em 2004, com a missão de promover o desenvolvimento de equipamentos de imagens médicas por Tomografia por Impedância Elétrica (TIE), como uma ferramenta para o profissional clínico tratar melhor seu paciente.

A Tomografia por Impedância Elétrica (TIE) é uma tecnologia de ponta, em nível mundial, que permite a geração de imagens médicas em duas ou três dimensões através da estimativa da impedância dos tecidos no interior do corpo humano, por meio da utilização de correntes elétricas de baixa intensidade e alta freqüência. Esta tecnologia apresenta diversas vantagens técnicas e econômicas quando comparada a outras tecnologias de geração de imagens médicas, como raio-X, ressonância magnética e ultrassom, principalmente no que se refere ao monitoramento de pacientes em Unidades de Tratamento Intensivo.

A tecnologia empregada pela TIMPEL foi integralmente desenvolvida no Brasil em parceria com o Laboratório de Experimentação Médica LIM- 09 da USP, com o Departamento de Mecânica da Escola Politécnica da USP, e com a empresa Dixtal Biomédica, através de 7 projetos de pesquisa e desenvolvimento financiados por recursos públicos e privados, desde 2004. Estes projetos resultaram em sete famílias de patentes internacionais, e três patentes nacionais, todas de propriedade da Timpel.

Com informações do Valor Econômico